E, costeando-a dificilmente,
chegamos a um lugar chamado Bons Portos .Atos 27:8
Da escotilha da sua embarcação não
se pode ver um horizonte muito promissor pois uma tempestade se forma ou quem
sabe já estejas enfrentando alguma. Nuvens escuras, ventos fortes e altas ondas
te sacudindo de um lado para o outro, muita luta e quase nenhum resultado, não
há um farol na escuridão, nem mesmo um sinal de rádio para comunicação,
isolamento, solidão total, e o que se desenha nas silhuetas da neblina são
imagens assustadoras que te fazem afastar cada vez mais para o mar aberto por
não acreditar haver um bom porto para atracar o seu barco.
Nestes tempos, os dias são tão difíceis
que não podemos nos arriscar a seguir uma rota que até ontem parecia segura,
pois os ventos mudaram e já não podemos confiar, a confiança está abalada pois
aquele velho porto que tantas vezes serviu de refúgio agora foi tomado pelo
vento e por algum entulho que não permite tranquilidade e segurança; e a fé
depositada em alguém agora está enfraquecida, quem sabe até a sua coragem
diminua a cada golpe das ondas e já estas perdendo a convicção no próprio
valor.
Parece que são dias de viver à
deriva navegando de ombro em ombro, remos pesados, cansaço, olhar vago na
penumbra, um fio de esperança pálido ainda insiste em acreditar que alguém em
algum lugar não esteja desiludo e amedrontado pelo ruído dos grandes
transatlânticos imponentes e luxuosos, classificados de muito requinte e grande
orgulho, Titanics supervalorizados que se apoderam sem piedade de todos os
espaços que poderiam ser divididos com pequenas embarcações.
Quantos portos temos percorrido ao
longo da nossa existência, pessoas desconectadas da vida sem abertura para um
convívio saudável, a vaidade é tão grande que não encontramos um porto seguro.
Velhos amigos já não nos deixam atracarmos em seus conselhos, bandeiras de
rejeição estão hasteadas ao longo das praias nos avisando para mantermos distância,
ficamos pensando que o Salmo 133 é uma utopia, cada um correndo para obter
sucesso a qualquer custo, não importa o sentimento. Mais números, não importam as
dores, mais lucros, valores estão sendo substituídos, pois para todos os lados em
que se olha, cada um procura sua própria segurança.
A fé vem mesmo abaixo nestes
tempos, mas se você olhar bem pela escotilha verá alguém andando por cima das águas
perto de sua embarcação. Não é um fantasma, enquanto você rema contra as
correntes e as fortes ondas Ele continua ali dizendo: Eis que lhe dou a minha
aliança de paz (Números 25:12). Tempos de brisas suaves se aproximam, gaivotas
se preparam para levantar vôo, o capitão de nossas vidas que suporta sozinho em
nosso lugar as agruras das tempestades, tem uma carta de navegação certeira que
só Ele conhece; Ele diz: fá-los-ei caminhar pelas veredas que não conheceram;
tornarei as trevas em luz perante eles, e as coisas tortas farei direitas.
Estas coisas lhes farei, e nunca os desampararei (Isaías 42:16). Enquanto Ele
estiver no controle estamos seguros, com Cristo no barco participamos de um
cruzeiro inesquecível onda a rota passa por “bons portos”, onde as bandeiras
hasteadas são de boas vindas, não importa sua classe social, não ha acepção, mas
alegria, segurança, força, onde nossa fé é alimentada, relacionamentos
verdadeiros são estabelecidos, testemunhos são compartilhados, nossas feridas
são curadas, nossa esperança renovada para seguir viagem até o porto mais
seguro, o céu.
Confia no Senhor, deixe Ele
segurar o leme do seu barco, enquanto isto você pode desfrutar da viagem mais
fascinante da sua vida; irá a minha presença contigo para te fazer descansar (Êxodo
33:14). Levante a cabeça, abra escotilha como fez Noé e veja que terra firme se
aproxima, o tempo de cantar está chegando, toda a insegurança ficará para trás,
pois o Senhor te conduzirá por BONS PORTOS onde descansarás em segurança.
Deus te abençoe
Pr. Elizeu Batista